A perseguição COMUNISTA aos católicos
Perseguição aos católicos: URSS e países do Leste europeu:
Rodrigo Castellani
Esta é a segunda parte do meu artigo sobre a perseguição aos católicos na Europa durante a primeira metade do século XX. Leia a primeira parte que contém o Resumo e a Introdução.
A violência do período stalinista levou o grande público a imaginar que as perseguições e expurgos na URSS fossem obras exclusivas de Josef Stálin. Mas, desde os primórdios do regime comunista na URSS, as perseguições aos crentes de diversas religiões se fizeram presentes, sendo mais duras contra os católicos acusados simplesmente de servirem a uma “força” estrangeira: o Vaticano.Lênin inventou os métodos de perseguição religiosa usados por todos os regimes totalitários do século XX. Declarava Lênin, apud. Royal (2001, p. 64) sobre a religião:
A religião é o ópio do povo. Esta afirmação de Marx é a pedra de toque de toda a visão marxista do mundo no que toca ao problema da religião, todas as religiões contemporâneas, todas as igrejas e todos os tipos de organizações religiosas serão sempre vistos pelo marxismo como órgãos da reação burguesa que servem para defender a exploração e a neutralização da classe trabalhadora […] É preciso saber como lutar contra a religião […]
Dez anos mais tarde, das 3300 igrejas e duas mil capelas católicas existentes na Rússia pré-revolucionária, ficaram abertas apenas duas que eram usadas pelo governo para demonstrar á comunidade internacional a liberdade religiosa existente na URSS.Durante o regime de Stálin, o ditador levou a diante a limpeza religiosa no país. Cooptou a grande maioria da Igreja Ortodoxa Russa, principalmente após seu ato nacionalista contra os nazistas em 1943 e pressionava os católicos a abandonar Roma e aderir à Moscou. A mão de Stálin pesou principalmente sobre a Igreja Católica Grega, na Ucrânia.
Em 1929, foi deflagrada uma perseguição aos padres católicos da Ucrânia. No ano seguinte, centenas de leigos e 35 padres foram presos e enviados para as ilhas Solovetski, no mar Branco, um campo de concentração para onde a maioria dos religiosos era enviada para trabalhos forçados.
Os soviéticos queriam que os prisioneiros construíssem um canal entre o mar Branco e o Báltico. Frequentemente, o trabalho consistia em ordens do dia extenuantes, que determinavam o transporte de blocos de gelo ou de neve ou o corte de madeira. A alimentação era tudo menos adequada ao tipo de trabalho e aos rigores do clima. Os barracões onde dormiam estavam de tal maneira sobrelotados que se tornava difícil respirar lá dentro.
O sistema tinha sido pensado por forma a vergar lentamente os prisioneiros, com exceção dos mais fortes, extorquindo-lhes a maior quantidade possível de trabalho manual durante 16 horas por dia, sete dias por semana. Em conclusão, tratava-se de uma verdadeira escravatura (ROYAL, 2001, p. 83).Sacerdotes e freiras eram retratados como grupos fanáticos que planejavam atos terroristas, atentados contra Stálin e o regresso ao capitalismo. Homens e mulheres da Igreja eram presos e torturados com choques elétricos e banhos frios em pleno inverno russo para que delatassem pretensos planos conspiratórios contra o regime. Sacerdotes greco-católicos tinham seus filhos ameaçados de morte. Muitos morreram nestas sessões ou acabaram seus dias num manicômio.
Em 1929, os cultos religiosos foram proibidos até mesmo nos campos de concentração. Os religiosos presos foram proibidos de usar o hábito e fornecer qualquer auxílio espiritual aos outros presos. Mas o pior ainda estava por vir. Em 1937, Stálin determinou que os ministros religiosos fossem presos “para que sejam imediatamente executados os elementos mais perniciosos através de medidas administrativas adotadas nas sessões das troikas” (WENGER apud. ROYAL, 2001, p. 63) e a medida também foi estendida aos que já estavam presos.
Nicolai Yezhov, ministro de assuntos internos, se encarregou de aplicar tal determinação contra homens e mulheres da Igreja em prisões, campos de trabalho forçado, colônias e que já tivessem sido julgados por crimes ou se encontrassem em liberdade depois de cumpridas as penas. Foram rejulgados e a maioria condenada à morte (ROYAL, 2001, pp.63 e 78).Se a perseguição à Igreja na Ucrânia já era uma realidade desde 1929, onde todos os seminários foram encerrados, os periódicos católicos proibidos de circular e as escolas católicas suprimidas, após a Segunda Guerra a situação se tornou insustentável. Acusados de colaboracionismo com os nazistas – de fato, no princípio, os nazistas foram vistos pelos ucranianos como libertadores do jugo soviético – e de serem agentes da Polônia e do Vaticano, os greco-católicos passaram a ser reprimidos sistematicamente pelo regime soviético, sobretudo na Ucrânia Ocidental, onde o número de católicos era maior.Em 14 de março de 1945, Georgii Korpov, presidente do Conselho para os Assuntos da Igreja Ortodoxa Russa, apresentou a Stálin a Instrução 58 que propunha liquidar a Igreja Católica Grega na Ucrânia. Utilizando-se de católicos simpatizantes do regime, pressionaria os greco-católicos a unirem-se ao patriarcado de Moscou.
A estratégia incluía uma série de propagandas anticatólicas acusando a Igreja Católica de colaborar com os nazistas durante a guerra e com o “império americano” no pós-guerra e, portanto, inimiga do povo ucraniano e promotora de seus males (ROYAL, 2001, pp. 102-103). No mês seguinte, os bispos se recusaram a aderir à Igreja Ortodoxa e foram presos. Somente um bispo ficou em liberdade, Teodor Romzha, que foi assassinado num hospital por uma agente da KGB disfarçada de enfermeira.
A prisão era um claro sinal do destino que aguardava clérigos e leigos que recusassem a assimilação. Conforme afirma Royal (2001, p. 104), estes bispos foram condenados a longos anos de prisão. Uns morreram durante sessões de tortura, outros acabaram suas vidas nos campos de concentração.No ano seguinte, veio o golpe final: a Igreja Católica na Ucrânia era composta por quatro dioceses, oito bispos, 2772 paróquias, 4119 igrejas e capelas, 142 mosteiros e conventos, 2628 padres diocesanos, 164 monges e 773 freiras, 229 seminaristas e mais de quatro milhões de fiéis.
Foi simplesmente abolida, posta na ilegalidade. Bispos, padres e leigos que resistiram acabaram em campos de trabalho forçado, mortos pelo cansaço, executados ou exilados (ROYAL, 2001, p. 94).Como a maioria dos registros das ações contra os católicos na URSS continuam indisponíveis aos pesquisadores é difícil afirmar quantas foram as vítimas da repressão soviética.
O que podemos, contudo, afirmar com segurança, à luz de documentos já disponibilizados, é que 344 clérigos, nos quais se incluem basicamente bispos, padres diocesanos e membros de ordens religiosas, constam dos registros oficiais como “reprimidos”. Só na Ucrânia, mais meio milhão de leigos foi preso ou mandado para o exílio interno, parte dos quais, sem dúvida, exclusivamente por motivos religiosos (ROYAL, 2001, p. 109).
Nos países comunistas do Leste europeu, os católicos eram proibidos de ascender profissionalmente. A vida daqueles que faziam parte da Igreja era obstaculizada nas universidades. As crianças eram desencorajadas a aprender religião desde o ensino primário, posto que a continuação dos estudos universitários podia ser barrada por este motivo. Os católicos formavam uma casta inferior nos países comunistas ocupando os postos de trabalho mais humildes e mal remunerados. Um verdadeiro apartheid.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Leste europeu caiu sob o domínio do comunismo e entrou na órbita da URSS. Na Polônia, entre 1945 e 1947, mesmo anterior a perseguição aberta, cerca de duzentos padres mais influentes simplesmente desapareceram (ROYAL, 2001, p. 270).
Após as eleições de 1947, o regime comunista passou a tratar a Igreja como era típico, confiscando seus bens, expropriando hospitais e escolas religiosas e proibindo publicações católicas. A propaganda governamental, assim como na Ucrânia, acusava a Igreja de colaborar com os nazistas e o clero, de imoralidades. No ano seguinte, quatrocentos padres estavam encarcerados e um entre eles já havia sido condenado à morte (ROYAL, 2001, p. 270).
Na Hungria, a Igreja Católica sempre esteve próxima ao governo e este relacionamento manteve-se com o regime comunista. Contra este improvável casamento, levantou-se o cardeal primaz da Hungria, Joszef Mindszenty, que acabou preso com outros seiscentos padres. Torturados por quarenta dias ininterruptos e ameaçados de deportação para trabalhos forçados na Sibéria, capitularam. Sendo assim, a Igreja perdeu sua força na Hungria tendo como resultado o confisco de todas as escolas religiosas e o banimento de todas as ordens religiosas húngaras fazendo com que dois mil religiosos tentassem fugir do país. Muitos foram presos e mortos (ROYAL, 2001, p. 273).
Em 1950, o governo da Tchecoslováquia eliminou as ordens religiosas transformando os mosteiros e conventos em campos de concentração onde os próprios religiosos eram mantidos presos e condenados a trabalhos forçados. Setenta e cinco por cento dos quinze mil religiosos, metade dos sete mil padres e milhares de leigos foi condenada a trabalhos forçados em regime de escravidão e enviados às minas e pedreiras do país (ROYAL, 2001, p. 277).
Na Albânia, o regime comunista aplicou os métodos de perseguição tradicional: fechou jornais católicos, confiscou bens da Igreja, nacionalizou escolas, creches e hospitais. Padres e leigos que protestavam eram presos e expulsos do país se fossem estrangeiros. A Ação Católica foi desmantelada. O governo tentou criar uma igreja nacional pressionando o clero a abandonar a comunhão com Roma. A hierarquia católica recusou com veemência. As conseqüências da recusa não demoraram a vir: padres e religiosos estrangeiros foram expulsos; em 1945, a Companhia de Jesus foi considerada ilegal; em 1947, foi a vez dos franciscanos serem banidos do país. Membros do clero foram presos, torturados e condenados à morte. Certa vez, vinte clérigos foram fuzilados de uma só vez. As execuções eram transmitidas pela rádio. Quem escapasse da morte era condenado a trabalhos forçados (ROYAL, 2001, p. 293). Em 1948, havia somente um bispo vivo e livre na Albânia.
Mas não era apenas o clero que sofria todas estas atrocidades. Milhares de leigos que não se declararam publicamente contra o clero foram presos e torturados. Não se sabe o número exato de leigos executados, mas as penas variavam entre o fuzilamento e a fogueira. Em 1949, o confisco das propriedades da Igreja foi levado a cabo. Templos eram convertidos em prédios públicos. A catedral de Shkodra tornou-se um ginásio de basquete. Freiras foram expulsas dos conventos e proibidas de usarem o hábito. O governo exigiu que as instituições religiosas apresentassem suas constituições para que fossem oficializadas. Todas foram aprovadas, menos as dos católicos (ROYAL, 2001, p. 295).
Tal como todos os outros países comunistas, a Albânia declarou que a família era “reacionária” e tentou fazer com que as crianças informassem as entidades oficiais quando os pais lhes dessem instrução religiosa em casa. Os pais foram proibidos de dar aos filhos nomes “religiosos”.
Todos rejeitaram e morreram na prisão. Seiscentos padres foram presos; metade deles morreu na prisão. Nos presídios, eram torturados para que se “convertessem” à ortodoxia. A inventividade das torturas era enorme: ia dos tradicionais choques elétricos e queimaduras a estadias em esgotos infestados por ratazanas. Um quarto dos sacerdotes cedeu, passando à Igreja Ortodoxa.Não foi apenas a Igreja Católica Grega que sofreu. A Igreja Católica de rito latino era vista como “o único obstáculo à democracia na Romênia”, como afirmou o secretário-geral do Partido Comunista, Gheorghiu-Dej, “e que o governo não permitiria que os cidadãos católicos obedecessem às ordens de líderes estrangeiros, como o Papa, que agia a serviço dos Estados Unidos” (ROYAL, 2001, p. 321). Vários sacerdotes desapareceram e foram assassinados. Segundo Royal (2001, p. 322), “em junho de 1949, não havia nenhum bispo católico romano em atividade na Romênia, quase todas as igrejas estavam fechadas, os católicos romanos tinham uma marca especial no bilhete de identidade”. Dezenas de paróquias estavam ocupadas por milícias.
Apesar da violência que em nada deixa a desejar quando comparada a que sofreram outros grupos religiosos ou raciais, o número de vítimas nas perseguições aos católicos na URSS e nos países comunistas do Leste europeu ainda são desconhecidos. A historiografia pouco se ocupa em pesquisar e relatar o sofrimento imposto aos católicos nos países onde os regimes marxistas triunfaram. A memória dos inúmeros roubos, expropriações, abusos, torturas e assassinatos é mantida, sobretudo, por historiadores que tenham alguma ligação com a Igreja Católica.
29/07/2012 às 12:51
NAZISTAS, SOCIALISTAS-COMUNISTAS: IGUAIZINHOS
Não há diferenças entre os nazistas e socialistas-comunistas, mas se conferirmos os procedimentos com os de Hitler concluiremos serem da mesma estirpe e métodos de ação; aliás, há também elos entre o protestantismo e ambos regimes, e foram os Estados alemães protestantes mais populosos e com média de 47% que deram a vitória a Hitler.
A fundamentação é a mesma: ambos situam-se sobre um adorado Estado, deus todo poderoso, provedor de tudo e de todas as regras, se dizendo “democrático e representante do povo”, totalitarista, repressor, materialista e ateu, excluindo arbitrariamente os contestadores “em nome do povo”, e como sempre fracassa, culpa os outros, jamais admitindo sua deficiência.
Assim,difere-se do outro Estado democrático, em que as pessoas livremente escolhem os representantes e que, por irregularidades podem exigir sua destituição do cargo ocupado; idem, rejeitando o Direito Romano, que concede poderes a cidadãos prejudicados por ressarcimento ao Estado.
Quanto à imprensa, menina dos olhos dos socialistas-comunistas, é controlada, veiculando apenas notícias de interesses da ideologia do governo, sem alternativa de oposição, ou adapta-se ao regime ou é cassada.
As famílias, devido à repressão do pátrio poder, ensino familiar e religioso, reduzem-nas praticamente a “granjas” de reprodução de seres humanos para o sistema, em escolas onde doutrina as crianças desde a tenra idade na ideologia estatal para serem as gerações de novos fantoches, favoráveis a aborto, uniões gays, glbts, kit gays, ideologia do gênero, etc.; privilegiam sobremodo o desporto, para se moldarem seres de qualidade superior para benefício do Estado; permitem-se todas as religiões ininterferentes na ideologia do sistema, como as relativistas: as TJs e seitas como as ocultistas; porém, a doutrina extremamente odiada e combatida sem tréguas é a da Igreja Católica.
E mais: privilegiam o coletivismo, em detrimento do individualismo e da livre iniciativa, daí a estatização de empresas ou então um rígido controle sobre seus lucros; a reforma agrária se mantém quase nos mesmos moldes, com expropriação de terras quando necessário for a critério do Estado, em ambos regimes.
Detestam serem comparados a nazistas, usam a todos instante o termo democracia, são populistas, para eles “mentir” e favorecer o partido é virtude e “todos os meios justificam os fins.”
O católico que vota neles é excluído automaticamente da Igreja por apostasia.
O Papa Bento XVI em ida à Alemanha, cidade de Erfurt, nomeou a ambos de “chuvas ácidas”, nazismo, de “peste negra” e ao socialismo-comunismo de “peste vermelha”. Incluem-se membros, eleitores e simpatizantes.
16/05/2012 às 11:08
Parabéns pelo artigo.